Estou na idade

Estou na idade em que se morre depressa

Quero cantar com os anjos dos céus...
A mesma canção que aprendi enquanto vivi.
Docemente entoada sob vagas iluminações
Sob estrelas em varandas poéticas
Vestida com a mesma roupa da noite...

Estou na idade em que não se rompem pactos

Tenho os olhos cheios de flores e de pássaros
A boca de preces e a testa de beijos...
Piso o mundo com leveza e sabedoria
Escolho as palavras com enlevo para as dizer
A seta cravada no peito e o diamante na mão

Estou na idade em que nunca se perde a razão

Amo viajar na proa da estrela mais brilhante
Com tantos ontens e amanhãs e espero pelo hoje
Morro assim de contraste nas pontas dos pés
Nesses degraus de musgo que o crepúsculo inventa
Em noites musicais sob luas arredondadas...

Estou na idade em que jamais se condena

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