Vai, sai de mim, eu deixo... Afinal não se prendem as estrelas do céu

Quero falar-te e não sei o que dizer. Não sei se consigo. Sinto-me acorrentada às horas passadas como prisioneira infeliz, contando-as, minuto a minuto.
Não sei o que diga. Não sei como lastimar mais a tristeza que me invade tantas vezes. Como chore o tempo que já tivemos noutro Mundo, em outro lugar, uma outra vida. A distância, esta saudade tão grande, vai tecendo o fio da tua presença a meu lado. Vejo-te comigo em tantos momentos... Uns olhos verdes e tristes que me disseram adeus, uma boca que me beijava tanto, o corpo que me ensinou a pecar, a voz serena em que se apoiavam as minhas palavras apaixonadas e os braços macios que me abraçavam com força e se encaixavam em mim!
Escrevo-te na minha memória, lembro-te na minha saudade, para nunca mais me esquecer. Para não me esquecer de do momento, daquele em que me vejo sempre e sempre a perder. A perder-te. A perder-te sem te sequer conhecer.
Já não suporto a ansiedade, a ausência, o silêncio!