Um Natal diferente (parte I)

Hoje é dia 24 de Dezembro, véspera de Natal. Estou do outro lado do Mundo, na Arábia Saudita. Sozinha, no meu quarto, depois de um dia de trabalho. Este, foi um daqueles dias intermináveis em que parece que tudo o que acontece nos lembra um daqueles filmes "natalícios" em que vemos o/a protagonista, a olhar para as luzes da cidade, de uma janela de um hotel qualquer, num qualquer hotel do Mundo...

Foi esta a vida que escolhi, e apesar de me custar horrores passar pela primeira vez o Natal fora de casa, no fundo (bem lá no fundinho), até ao ponto em que fechei a porta do quarto e me vi sozinha, tudo esteve minimamente bem. Aqui não faz frio, aqui não há árvores de natal e nem um barrete do "papai noel" se vê a não ser os que vieram connosco do nosso querido país.

Os momentos mais difíceis são sempre aqueles em que ouvimos a voz dos papas, dos amigos mais próximos. E custa... Custa muito! Mas logo logo passa, porque um diz uma piada, outro canta uma música de Natal desafinadamente, outro enxuga a lágrima que cai, teimosa, e uns minutos depois acabamos por voltar à rotina do que nos trouxe tão longe. Voar, voar, voar!

A nossa consoada foi no minímo diferente. Ou melhor... Picante! Aqui tudo é picante! Não há bacalhau, não temos rabanadas nem o tronco de Natal. Aquele, que a tia ou a avó sempre trazem para a mesa, mesmo que tenha passado de moda há tanto tempo!

Mas, tivemos presentes e até uma mini missa do galo. Há pois é!! A música, como não podia deixar de ser, ficou para sempre, desde o primeiro minuto da manhã até que nos deixámos, cada um em seu quarto para falarmos a sós com os nossos familiares e amigos... "All i want for christmas is you"! As tecnologias modernas, a bem dizer o meu telemóvel, permitem até que a melodia ecoe "PA" afora, que é como quem diz, pelo avião inteiro, em cada cantinho, a cada milímetro de fuselagem do nosso "TEJ".

Parei um bocadinho, pus música de Natal... Estou a jantar com a minha família via Skype. O meu vídeo não funciona... Uffff! Assim não me vêm a chorar. Devia pensar que não chorava, que não me ia abaixo. Pensar que sim, não quer dizer que não! Fui-me abaixo. Tenho saudades... Muitas saudades mesmo!

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