Foi hoje, dia 19... O último dia de uma aventura que nos marcou a todos. Por cá, longe de tudo e de todos já é dia 19... Portanto, este será o dia em que nos "despedimos" uns dos outros mas que levamos a bagagem de tantas conversas, tanta ansiedade, tantas coisas boas e más. Porque nem tudo são rosas, porque nem sempre sorrimos quando queremos é chorar e porque estamos longe. Mas mesmo longe, choramos hoje pela falta que nos vamos fazer amanhã.

Não há palavras que expliquem o que se sente entre nós, o que se viveu vai connosco e jamais será explicado a alguém de fora, não porque não queiramos, mas porque simplesmente não conseguimos. Conhecemos tantas pessoas, vivemos a pobreza de uma cultura que não é a nossa, oferecemos sorrisos que vos são conhecidos mas que foram sendo dados a outros... Aqui, tão longe, na ÍNDIA!

Não há saudade que apague o que se viveu aqui, não há família que substitua o que sentimos todos os dias, não há riqueza que modifique as músicas que foram sendo cantadas, não há sapatos que apaguem as pegadas que deixámos por cá.

Queremos voltar, mas um pedaço de nós permanece para sempre por cá. Longe, não me canso de o repetir... Tão longe...

E se quarenta dias chegassem para mostrarmos quem somos? E se quarenta dias bastassem para nos conhecermos? E se quarenta dias tivessem de ser para darmos valor ao que temos todos os dias e que os outros não têm?

Perguntamo-nos entre nós, "como é que se vive aqui?"

Não se vive... Sobrevive-se... Adaptamo-nos, ajustamo-nos uns aos outros... Criamos laços de afectividade, dialectos de grupo e tudo o que se vive vai connosco até ao fim, pois nuca mais será igual. De uma forma ou de outra quem nos quer bem nunca mais nos vai ter da forma como partimos. Hoje somos mais Homens e Mulheres. Somos mais porque modificamos a vida de alguém com um sorriso e vamos cheios! De coração cheio!

Até breve, até já, até para o ano, até amanhã (como dissemos em tantas noites), até qualquer dia, até logo, até SEMPRE!!