Dia primeiro do ano de 2009.

15 horas locais, algures por cima da Índia...

Como terá sido a última noite do ano que passou? Ter-te-ás lembrado de mim, algures na terra, em parte nenhuma que tu conheças a não ser das minhas palavras?

Confesso não ter pensado tanto em ti como gostarias, mas tudo tem um motivo e este meu afastamento tem um tão grande ou maior que a saudade...

Não consegui evitar ter-te no pensamento. Tanto como gostaria (e tentei...), e isso, compreende, colocou-me numa posição bem mais frágil e exposta à solidão do que desejei para os últimos momentos do ano que acabava.

Tentei evitar a lembrança, mas sozinha, já no quarto, já com as luzes apagadas, assaltou-me uma figura à memória. Consegui, de olhos pacificamente fechados, recordar todas as linhas do teu rosto, sentir o teu cheiro e recordar momentos que passámos juntos.

Quase pedi, juntamente com resoluções de ano novo, para sonhar contigo, de forma a matar algumas saudades que me vão agonizando e impedem que esta minha ausência passe de forma mais suave. Minto-te... Cheguei a pedi-lo, não tenho porque o esconder.

Ontem, numa conversa entre colegas, cheguei à conclusão de que sinto tudo aquilo que achei, ainda em Lisboa, vir a sentir aqui.

Não é fácil, sabia que não o iria ser, mas na recta final custa-nos mais, pois a todos nós parece que a demanda nunca mais chega ao fim. Nunca mais é o amanhã em que iremos para casa .

Hoje doí, mas vale o esforço pelos sorrisos todos com que somos brindados, pelas pessoas que gastam "toda uma vida" para realizarem um sonho. Levamos uma bênção vinda do fundo do coração, por umas mãos tremulas e muito sujas. Dóceis no entanto, sábias e acima de tudo com gratidão e simplicidade...

Estamos perto do fim. Enviem reforços! Energia... Saudades e muita muita alegria! Envia tu também, se puderes e o quiseres...