370 dias

"Somos donos do nosso destino. Somos capitães da nossa alma". (Winston Churchill).

Lembro-me do dia em que deixei de "voar". Desde então, passaram-se 370 dias e hoje, voltei a pensar em tudo o que sentia quando o fazia. Por mim passaram a sensação da solidão, do afastamento, do querer estar quando estava longe, o nó na garganta da mala às costas, as horas mal dormidas dentro do "tubinho", a tortura dos telefonemas feitos de longe, as conversas feitas por mensagens escritas, o computador como melhor amigo... Mas e o "voar" (?!), onde se encaixava no meio das coisas menos boas?! Onde encaixava todas as lembranças fantásticas que tenho desses anos de um "porto" para outro que me fizeram conhecer tantas cores, tantas vivências e tantas pessoas?!
Tentei vislumbrar a vida que hoje tenho, as mudanças porque passei e descobri que não tenho arrependimentos de maior. Mudaria alguns detalhes, mas não o curso da minha história, porque sei que essa, irá ter sempre uma escrita quase certa mas não certa. Não serei nunca igual aos demais que comigo foram crescendo... Serei sempre aquela que mais tarde ou mais cedo escolherá bem, mas talvez não a tempo, porque o tempo, esse far-me-à ser uma escolha da vida e não da comodidade da normalidade.
Penso, logo não sou fácil de viver comigo... Sinto, logo não vou ser linear... Sei, logo vejo que não sei ainda o que saberei um dia!
Não sou uma alma sem casa. Já caminhei pensado que sim, hoje sei que não.
Deixei de "voar" mas continuo a sentir que posso agarrar uma nuvem com a simplicidade de um gesto ao esticar um braço e estender a mão. Deixei de voar por momentos lá em cima, mas a minha visão não mudará nunca! É por estas e por outras que sou mesmo assim uma "espécie de artista"!

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