" " IV

"Entre os teus lábios

é que a loucura acode,
desce à garganta,
invade a água.


No teu peito
é que o pólen do fogo
se junta à nascente,
alastra na sombra.


Nos teus flancos
é que a fonte começa
a ser rio de abelhas,
rumor de tigre.


Da cintura aos joelhos
é que a areia queima,
o sol é secreto,
cego o silêncio.


Deita-te comigo.

Ilumina meus vidros.

Entre lábios e lábios

toda a música é minha."

(Eugénio de Andrade ...)

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